Por'd'trás Dos Umbrais

Noite, chuva

não namora o mar
depois da tarde longa
do fruto da imaginação.

O mar se resume caótico
pesqueiro triste roga Iemanjá
de volta ao mar.

Fincando os olhos no horizonte
os pés n'areia,
vendo as ondas,
esperando a tempestade passar.

            Mi amor
            quiero beijar-te
            flutuar em teu seio
           alimentar-me de tu vida!

Quando não pescador sem mar
volto a te namorar.

Em Manutenção

Tudo está só ferrugem!
Com engrenagens fora dos eixos,
onde foi parar o contra peso?
deve estar em que vertigem?
venha apoiar-me
balancear-me
lançar-me

Pro céu?
Qualquer lugar,
que seja lar
ou lugar! onde morar?
desde que seja lá.

Os pilares do castelo
de concreto, do pó vidro se fez!
Como mudar o vidro de volta ao eu?
firmar a base e não deixar nada desabar.

Que tal um alicerce?
vou fincar esses elos
com as próprias mãos
suadas, desnudas, cansadas!

No fim do dia
em fim de manutenção
ligarei a lampada
e sua luz adentrará o portão
deixando tudo
apenas me levando
de volta pro seu mundo.